quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Coisas minhas

7 MESES DESEMPREGADA


Primeira parte

A propósito desta publicação que encontrei no facebook e não consegui de todo ficar indiferente decidi, finalmente relatar os meus “7 meses desempregada”.
Como isto tem muito que dizer, vou dividir esta publicação sendo que agora falarei no ato de trabalhar e desempregar.
Para quem não acredita foi duro. Foi porque além do mais seguiu-se após uma série de acontecimentos na minha vida que já me tinham deixado frágil. E sim eu sou frágil e tenho todo o direito de o ser.
No espaço de meses acontecer perder entes “mais do que queridos”, assumir a responsabilidade de sair da casca e depois disso ser despedida, penso que é muita fruta. Sei que há coisas piores, mas o mal dos outros “ eu não posso bem” e não me traz felicidade nenhuma, pelo contrário. Os problemas têm diferentes pesos e apesar de não ter deixado de viver, da minha vida não ter estado em risco, foram tantas chapadas que levei, que quando a cara estava a deixar de arder levava logo outra a seguir.
Não sou de acreditar em sorte e azar, pois acho que nós é que construímos a nossa sorte. Acredito mais em energias positivas e negativas e talvez o facto do meu astral se encontrar abaixo das fossas e dos esgotos, tudo tenha caído como um dominó.
Ainda assim, num só ano aprendi como nunca!
Aprendi que: trabalhar horas extras não remuneradas, dar o máximo de nós, trabalhar com empenho, carinho, dedicação e por vezes pagar do próprio bolso aquilo que não é suposto não é uma boa política.
A culpa foi minha e repito, a culpa foi minha: de ser uma pessoa formada, dedicada e com visão no futuro. E isso não está certo. Pelo menos em empresas de dirigentes fascistas, mal-intencionados e mal formados.
Há que cumprir escrupulosamente o horário, fazer somente aquilo que nos compete, nada de dar sugestões para melhorar, e nem sonhar em “amor pelo trabalho/profissão”
Amor? Amor é para dar aos nossos, aqueles que nos amam igualmente e que não nos vão dar um chuto no cu (peço desculpa pela expressão) só porque “outros valor€s se alevantam”!
Detesto a palavra “NUNCA” mas vou utilizá-la vezes sem conta para ver se aprendo! E Nunca mais me vou dedicar desta forma; Nunca mais vou ter amor pelo trabalho; Nunca mais vou chegar a casa e massacrar os meus com o trabalho; Nunca mais vou sair mais tarde; Nunca mais vou dar sugestões para que avancem!

E nunca mais vou voltar a ser despedida e sentir que foi uma injustiça.


A RELATIVIDADE DO TEMPO

Este artigo é uma singela homenagem. Conheci um senhor muito ilustre, bem-falante, simpático, inteligente, artista e ao mesmo tempo humilde.
Este senhor morava num lar. A viuvez, a falta de saúde e a solidão levaram-no até lá. Apesar das vicissitudes da vida e das várias dificuldades que encontrou, mantinha a força de artista! Era um poeta talentoso e com a peculiaridade do rigor, simetria, rimas e vocabulário rebuscado. Os seus poemas tinham alma e eram por norma retrato de muitas vivências, pessoas que passaram na sua vida, sítios que o marcaram, paisagens e outros elementos da natureza.
Tinha a capacidade de decorar meticulosamente todos os seus versos para que alguém gentilmente os pudesse escrever. Isto porque, a sua vista já não o permitia fazer. Decorava por vezes, durante dias a fio até que alguém finalmente os passava a papel.
Tinha material de qualidade e de sobra para fazer  um, dois ou três livros. E apesar das inúmeras publicações que outrora fez em jornais, o seu maior sonho era publicar um livro. Sabia exatamente quais os trabalhos que queria ver nesse livro e aguardava ansiosamente que os responsáveis do lar o ajudassem nessa sua árdua mas não impossível tarefa.
Continuava a ter inspiração, mesmo com a idade avançada e a saúde pouco favorável. Trabalhava arduamente todas as palavras no seu cérebro e transformava-as em arte.
Todos sabiam do seu sonho e ele vivia para isso. Mas o tempo foi passando e com o passar do tempo veio o medo de morrer. Mas mais do que o medo de morrer, era o medo de o sonho não se concretizar: “Com o tempo que estão a demorar, ainda morro sem ter o meu livro publicado”.
Não errou. Morreu, Deus o guarde em paz. E quem podia ter concretizado este sonho, ainda cá está. E agora mesmo que o faça, o principal interessado não poderá assistir àquilo que poderia ser o concretizar do sonho da sua vida…

É uma história verdadeira e que apesar de ter tido um fim menos feliz, realça o poder do sonho na vida do homem tal como nos ensina o poema de António Gedeão “Eles não sabem, nem sonham que o sonho comanda a vida”. Vamos sonhar e vamos ajudar os outros a concretizarem os sonhos, porque a felicidade do próximo, também é um compromisso nosso.

http://www.youtube.com/watch?v=UghKy0RChjo

Do coração


Não sou absolutamente nada apreciadora de poesia... Se calhar por ignorância, só que sempre gostei muito mais de ler textos em prosa. Mas, no outro dia sonhei com a minha querida avó e talvez por ter muitas saudades dela, surgiu nessa manhã logo ao acordar um pequeno poema.
Não vale a pena contarem, porque não está métrico, sou uma trapalhona. Está apenas com sentimento.


A minha avó

Por onde ela passava
Plantava uma flor,
Por onde ela passava
Florescia o amor

E onde ela entrava
Enchia de flores
Perfume que lá deixava
Tão rico como os sabores

Enchia tudo sem fantasia:
Uma pitada de seriedade
Duas colheres de amizade
E  gargalhadas! Era uma alegria

A minha avó era definitivamente alegre, semeava e colhia amizades e era uma pessoa de grandes afetos. Tinha umas mãos divinas para a cozinha... Eu adorava os rissóis de carne, mas os de camarão também era ótimos!  Sabia levar um assunto a sério mas também estava sempre pronta para a festa!Enfim, deixa tanta saudade que nem sei explicar.

Sarita

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